Google+ Li e Indico: fevereiro 2016

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

A amiga genial de Elena Ferrante





Primeiro livro de uma tetralogia passada em Nápoles, esta é uma história sobre mulheres - sobre o conflito e o afeto entre duas meninas, que, ao crescer, duelam, sem completam, se seaparam e se unem quase indistintamente. E é dessa luta que nasce a personalidade ímpar desta história: em uma cidade que ainda sofre as consequências da Segunda Guerra, Lila e Elena vivem no limiar entre a realidade, que oferece tensão e violência, e o imaginário, que busca aprendizado, glamour, desejo e beleza
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Impressões

Não vou falar mal, de maneira alguma, da forma da autora escrever, mas, infelizmente, a história não me pegou, não me fisgou. O que percebi é que minha infância foi completamente diferente da descrita no livro, fato que percebi ao conversar sobre o livro com outras pessoas. Elas falavam que se reconheciam imediatamente nas cenas de ciúmes entre amigas, nas brigas e nos reconciliamentos.

Eu gostei de ver a Itália pós-guerra, de ter esse período histórico como plano de fundo e ver como foi o desenvolvimento da cidade de Nápoles, como algumas pessoas conseguiram aproveitar o momento para mudarem sua condição financeira.

Ouvi também muito sobre o final do livro, que deixa um gancho muito bom para o próximo livro, bem, sobre isso, fiquei mais brava do que com vontade de ler o próximo livros, mas vamos dar um crédito e quem sabe ler o segundo livro dessa quadrilogia.

Quem escreveu?

Elena Ferrante é o pseudônimo de uma autora italiana, festejada pelo mundo a fora como uma das mais belas prosas contemporâneas. Elena nunca mostrou o rosto, nem sequer deu alguma pista de sua verdadeira identidade. Nas raríssimas entrevistas que concede, em sua maioria por email, costuma dizer que já fez "tudo que podia ter feito por seus livros escrevendo-os". Nesse mistério, entretanto, restam certezas muito límpidas: a força gigantesca de sua prosa, a recusa do artificialismo da linguagem, a aproximação com a consciência profunda de suas personagens e a sua honestidade brutal.

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Morte e vida severia de João Cabral de Melo Neto

Os poemas aqui reunidos representam um momento de virada na criação de João Cabral de Melo Neto. São versos que retornam trabalhos anteriores sob outro ponto de vista, ou que renovam sua linguagem e imagens poéticas, abrindo novos caminhos para sua escrita.
Morte e vida severina, seu poema mais conhecido, e O rio retornam ao tema do rio Capibaribe e sua gente, já presentes em O cão sem plumas, mas agora com uma mudança de perspectiva, em que o próprio rio, no segundo poema, e os retirantes, no primeiro, assumem as vozes narrativas. Em Paisagens com figuras, o poeta mescla descrições pernambucanas e espanholas, em diálogos que marcaria boa parte de sua obra futura.
São textos fundamentais, que definem não só sua obra, mas também os rumos da poesia brasileira do século XX. Nenhum escritor, afinal, seria o mesmo, depois de ler o que João nos ensinou em Uma faca só lâmina, poema incluído neste volume - dissecando a composição poética como essa faca, "sem bolso ou bainha", composta apenas de lâmina, a cortar o poeta por dentro.

Impressões

Livro incrível! Que capacidade de colocar em versos a vida do retirante, de nos fazer sentir as dores e medos, todas as formas de desprezo que por eles os personagens passam.

Isso mesmo, os personagens... Na primeira parte do livro temos o rio contando seu trajeto, da sua nascente até seu desembocar no mar. Nos conta o que vê em suas margens e o que carrega em seu leito.

Na poesia que dá nome ao livro, conta a vida do retirante Severino, faz o mesmo caminho do rio, mas nos dá outro ponto de vista desse caminhar.

Esse é para ler e refletir, por isso, li e indico!

Quem escreveu?

João Cabral de Melo Neto nasceu em Recife, em janeiro de 1920, e viveu os primeiros anos no interior de Pernambuco. Voltou à capital ainda jovem e, ao completar vinte anos, mudou-se para o Rio de Janeiro. Em 1942, publicou seu primeiro livro, Pedra do sono, que reúne seus poemas escritos nos dois anos anteriores. A edição, do próprio autor, teve uma tiragem de 250 exemplares. Sua consagração definitiva veio em 1950, com o lançamento de O cão sem plumas, considerado hoje um divisor de águas na poesia cabralina. Diplomata, residiu em vários países, sobretudo na Espanha, nas cidades de Sevilha e Barcelona, que se tornariam tema freqüente em sua poesia. Traduzido para diversos idiomas, recebeu uma série de prêmios importantes, como o Camões, o Neustadt International e o Rainha Sofia, e chegou a ser cogitado para receber o Prêmio Nobel. João Cabral faleceu em 1999.

Outras obras de João Cabral de Melo Neto:

- O artista inconfessável
- Agrestes



sábado, 6 de fevereiro de 2016

Macunaíma: o herói sem nenhum caráter de Mário de Andrade




Macunaíma, o herói sem nenhum caráter é um canto vazado na língua portuguesa falada em nosso país. A saga de Macunaíma – Imperador do Mato – começa quando ele perde sua muiraquitã, um amuleto de pedra que havia ganhado de Ci, a Mãe do Mato. Acompanhado de seus irmãos Maanape e Jiguê, o herói viaja para o Sul em busca do amuleto, que estava em poder do fazendeiro peruano Venceslau Pietro Pietra. Encantado com a “civilização moderna”, Macunaíma, de certa forma, se vê dividido entre seu reino e as maravilhas de “São Paulo, a maior cidade do universo”.





 Impressões

Esse livro é surreal, devo admitir que terminei a leitura com muita raiva de Macunaíma! É muito difícil reconhecer que o país que você vive, realmente, pode ser representado por esse herói sem nenhum caráter. O que me incomodou mais foi a falta de companheirismo com seus amigos, quando ele percebia que podia tirar proveito, mesmo os prejudicando, não pensava duas vezes, fazia mesmo!

Outro ponto é perceber que mesmo sendo malandro e maldoso, algumas vezes, mostrava-se extremamente ingênuo, fácil de enganar. Aí você para e pensa: - É, já vi isso acontecer, isso é possível. Esse antagonismo é, verdadeiramente brasileiro.

Para quem viveu ou vive no Nordeste, acredito que perceberá a cadência da fala, como o texto tem o ritmo da conversa nordestina, aquele sonzinho gostoso, que é rápido e arrastado ao mesmo tempo. Quando eu estava lendo, ouvia claramente isso. Que saudade deu de Fortaleza!

Li e indico para pessoas que querem muito ler esse livro, pois ele não passa despercebido. Ele é pesado, apesar de rápido. Gostaria, verdadeiramente, de estudar esse livro, pois tem muitas simbologias e imagens do nosso Brasil. Quem sabe um dia?!?! Por enquanto, me contento com a lidinha rápida.

Quem escreveu?

Mário de Andrade nasceu em São Paulo no ano de 1893. Intelectual de uma riqueza impressionante, foi poeta, contista, romancista, musicólogo, cronista, esteta, epistológrafo, crítico de artes, de literatura, além de folclorista; tendo exercido enorme influência nas gerações que lhe sucederam.

Outras obras de Mário de Andrade:

- Amar, verbo intransitivo
- A escrava que não é Isaura