Google+ Li e Indico: dezembro 2015

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

A mansão Hollow de Agatha Christie



Um inofensivo convite para almoçar na Mansão Hollow logo se transforma em mais um caso a ser desvendado por Hercule Poirot. A cena do crime parece um tanto artificial: o corpo de um homem agonizando na beira da piscina, sua mulher logo ao lado segurando um revólver, e ainda três testemunhas. Seria na verdade uma encenação, uma brincadeira de mau gosto para provocar o detetive? Infelizmente, para a vítima, não.
Indo contra todas as evidências, Poirot não demora a descobrir que a arma que aquela mulher tinha nas mãos não era a mesma que matou seu marido. O que aconteceu, então?





Impressões

Acho interessante como uma pessoa pode ter várias maneiras de fazer a mesma coisa. Agatha nesse livro mostra um tom diferente em sua narrativa dos outros que li, e não posso dizer que foram poucos. Aqui os personagens se apresentaram mais pessoais, deu para ver mais a personalidade de cada um. A indagação continuou a mesma: quem cometeu o assassinato? E nosso bom e velho bigodudo está lá nos confundindo mais que esclarecendo, nos levando a enxergar coisas essenciais, mas, que fazem mais sentido na cabeça dele que na nossa. Não sei se já disse isso, mas Poirot é meu detetive preferido! Amo como ele me engana e sempre me leva na direção errada.

Mesmo já sabendo dessa artimanha da autora, de mostrar informações essenciais e direcionar mais enfaticamente a culpa em algum personagem, sempre penso... não foi essa pessoa, então, percebemos a genialidade da autora, ela leva o leitor na direção que deseja, você acha que vai dominar a leitura e quando chega ao fim do livro se vê, mais uma vez, vencido por ela. Confesso, já entro na leitura com um ar de derrota! Digo: - Ok, sei que vai me vencer, mas não vou me privar do prazer de tentar descobrir mais uma vez.

Mas sabe o que faz ler tanta Agatha? Vou te dizer, se pego um livro que o autor não tenha tanta habilidade, um filme que não tenha um bom enredo, descubro tudo antes da metade. É, ler Agatha cria em você um pensamento lógico, que só histórias muito bem desenhadas irão te enganar.

Como sempre, não posso comentar detalhes da trama sem entregar informações que estragariam a diversão da leitura, mas garanto, ótima leitura! Li e indico!

Quem escreveu?

Agatha Christie (1890-1976) é a mais famosa escritora de romances policiais do mundo, e uma das escritoras mais vendidas e traduzidas em todos os tempos. Durante praticamente cinquenta anos, a autora inglesa, considerada a Rainha do Crime, escreveu oitenta romances, várias coletâneas de contos e doze peças teatrais.

Outras obras de Agatha Christie:

- Morte na Mesopotâmia
- O adversário secreto

domingo, 6 de dezembro de 2015

Laços de família de Clarisse Lispector

Laços de Família, publicado pela primeira vez em 1960, é um tesouro da ourivesaria literária. São treze contos, hoje tidos como clássicos. Entre eles, os festejadíssimos "Amor", "O crime do professor de Matemática", "O búfalo" e "Feliz aniversário", adaptado para a televisão por Ziembinsky. Neles s personagens são sempre surpreendidos por uma modalidade perturbadora do insólito, no meio da banalidade de seus cotidianos. Clarice cria situações onde uma revelação, que desconstrói e ameaça a realidade, desvela a existência e aponta para uma apreensão filosófica da vida. Em Laços de família, Clarice aprofunda sua técnica narrativa em uma abordagem quase fenomenológica. Trata da solidão, a morte, a incomunicabilidade e os abismos da existência através da rotina de dona-de-casa, do mergulho trágico em uma festa familiar nos 89 anos da matriarca, da domesticação da natureza mais selvagem das mulheres, ou dos pequenos crimes cometidos contra a consciência, contra o drama do professor de Matemática diante do abandono e da sacerdotisa da nossa literatura.

Impressões

Eu e o meu problema com contos, sempre fico querendo mais explicações. Para mim os textos estão incompletos, estão faltando algumas explicações.
E Clarisse também não ajuda muito, sempre com assuntos densos e que nos pedem atenção e reflexão.

Em uma palavra, tristeza, isso foi o que senti em cada conto, pessoas com vontade de fugir de suas vidas em família, se descobrindo infelizes ou sozinhas, por acontecimento os escolhas feitas.

Respire fundo e embarque com cautela para lidar com sentimentos profundos em histórias rápidas! Não foi meu preferido da autora, mas ler Clarisse sempre vale a pena!

Quem escreveu?

Reconhecida pela crítica literária brasileira e estrangeira como uma das maiores escritoras do século XX, Clarice Lispector mudou os rumos da narrativa moderna com uma escrita singular, passando por diversos gêneros, do conto ao romance, da crônica à dramaturgia, da entrevista à correspondência e, também, pelas páginas femininas.

Clarice nasceu em 1920, na Ucrânia, então uma das repúblicas da extinta União Soviética. De família judia, chegou ao Brasil com os pais e mais duas irmãs em 1922 e foi naturalizada brasileira. Morou primeiro em Maceió e depois em Recife, onde passou a infância. Perdeu a mãe em 1930 e, três anos depois, o pai mudou-se com as filhas para o Rio de Janeiro. No Rio, Clarice formou-se em Direito, trabalhou como jornalista e iniciou sua carreira literária com o romance Perto do coração selvagem, em 1943. Viveu muitos anos no exterior, em função do casamento com o diplomata Maury Gurgel Valente, com quem teve dois filhos, Pedro e Paulo. Clarice morreu em 9 de dezembro de 1977, no Rio de Janeiro, um dia antes de completar 57 anos.

Outras obras de Clarisse Lispector:


- A paixão segundo G.H.
- A via crucis do corpo