Uma sociedade inteiramente organizada segundo princípios científicos, na qual a mera menção das antiquadas palavras “pai” e “mãe” produzem repugnância. Um mundo de pessoas programadas em laboratório, e adestradas para cumprir seu papel numa sociedade de castas biologicamente definidas já no nascimento. Um mundo no qual a literatura, a música e o cinema só têm a função de solidificar o espírito de conformismo. Um universo que louva o avanço da técnica, a linha de montagem, a produção em série, a uniformidade, e que idolatra Henry Ford.Essa é a visão desenvolvida no clarividente romance distópico de Aldous Huxley, que ao lado de 1984, de George Orwell, constituem os exemplos mais marcantes, na esfera literária, da tematização de estados autoritários. Se o livro de Orwell criticava acidamente os governos totalitários de esquerda e de direita, o terror do stalinismo e a barbárie do nazifascismo, em Huxley o objeto é a sociedade capitalista, industrial e tecnológica, em que a racionalidade se tornou a nova religião, em que a ciência é o novo ídolo, um mundo no qual a experiência do sujeito não parece mais fazer nenhum sentido, e no qual a obra de Shakespeare adquire tons revolucionários.
Impressões
O que posso dizer??? Fiquei confusa com a leitura desse livro.
Não foi tão forte como o 1984, pois me apeguei muito ao personagem principal, sofri tanto!
Acredito que fui para a leitura deste aqui mais protegida e, por isso, me senti mais distante, pode ser também pela forma de escrita do Aldous, mais científica, ou a construção de uma mundo bem mais "frio", onde a "felicidade" é algo disponível e não alcançável. Acho que o mundo sem nossos desafios diários perde em encanto. Ter tudo muito fácil transforma a vida em algo chato e enfadonho.
Bem, está aí uma coisa que achei algumas vezes, uma leitura chata e enfadonha, onde as coisas eram previsíveis, sem emoção. Porém, não me juguem mal, isso não desmerece o livro, na verdade, acredito que seja isso que o autor quis mostrar, o perigo te termos uma vida tão perfeita, sem desafios ou escolhas, onde tudo foi estritamente feito para ser o que tinha que ser.
Destaco, as diversas falas do Selvagem com citações de Shakespeare, onde ele demostra a necessidade do sofrimento para a criação de coisas belas. E um debate, lá nas últimas páginas sobre a necessidade que temos de Deus.
Sem mais, leiam e tirem suas conclusões, pois esta é a melhor parte do ato ler, criar pensamentos.
Quem escreveu?
Aldous Leonard Huxley nasceu em 26 de julho de 1894, na Inglaterra. Em 1916, publica seu primeiro livro, uma coletânea de poemas. A partir de 1921, sua reputação literária se estabelece, através de Crome Yellow. No período anterior à Segunda Guerra Mundial, sua obra adquire tons mais sombrios, incluindo o célebre romance Admirável Mundo Novo (1932), antiutopia que descreve a desumanizada sociedade do futuro, e Sem Olhos em Gaza (1936), uma novela pacifista. Em 1937, deixa a Europa e se muda para a Califórnia. Aldous Huxley faleceu em 22 de novembro de 1963, curiosamente mesmo dia do assassinato de John Fitzgerald Kennedy.
Outras obras:
- Folhas inúteis
- Sem olhos em Gaza
- Também o cisne morre
- Contraponto
- Os demônios de Loudun
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